Italianos doam tablets para que pacientes terminais se despeçam das suas famílias

“O Direito de Dizer Adeus”: campanha foi idealizada após triste relato de uma médica


A pandemia do Coronavírus é uma triste realidade e apesar de certos líderes tentarem diminuir os efeitos da COVID-19, a doença tem causado situações tristes e surreais em diversos países.

Da Itália, o local mais afetado pela crise de saúde pública em todo mundo, nos acostumamos a receber vídeos alegres de pessoas tocando guitarra e até promovendo baladas em suas varandas, mas de lá também chegam os relatos mais tristes.

Pacientes Terminais e o Coronavírus na Itália

Por lá, as autoridades de saúde já estão enfrentando problemas como falta de leitos e respiradores há algum tempo, e se os casos aumentarem, em breve as pessoas com menos chances de sobrevivência não serão mais tratadas.

Quando um paciente com a COVID-19 é internado, deve ser afastado do resto da família para evitar o contágio, e é aí que mora o lado mais triste da situação toda: além de lutarem pela vida sozinhos, quando sabem que não terão mais como se recuperar, os pacientes terminais (normalmente idosos) estão desamparados e em muitos casos nem têm um aparelho de telefone para dar adeus às pessoas próximas.

Médicos têm falado que a dor é imensa cada vez que eles ouvem um paciente pedindo para que sejam eles os responsáveis por passar as últimas palavras aos parentes e amigos.

De acordo com a BBC, após o relato de uma médica que fez questão de pegar o telefone para conectar uma idosa e sua neta para que elas se vissem pela última vez, um grupo de militantes do partido democrático na Zona 6 de Milão liderou uma iniciativa chamada “O Direito de Dizer Adeus”.

Para tanto, eles compraram 20 tablets e os doaram ao Hospital San Carlo, permitindo que videochamadas fossem realizadas e familiares vissem seus entes queridos pela última vez.

Lorenzo Musotto, vereador do partido, disse:

A ideia de não ser capaz de dizer adeus me machuca mais do que a própria morte e existem outros locais com idosos, hospitais e asilos, onde não há mais a possibilidade de dizer adeus.

Estou profundamente convencido da importância de máscaras, luvas, máquinas, mas o direito de dizer adeus não deve ser menos importante.

BBC

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