Rifa de programa sexual vira caso de polícia em cidade mineira

Divulgada nas redes sociais, a “rifa dos sonhos” tornou-se sucesso de vendas em Janaúba. Foi aberto inquérito para investigar crime de favorecimento à prostituição

Uma rifa de R$ 20, cujo prêmio para o sorteado seria um programa sexual com duas “acompanhantes dos sonhos”, com o motel incluído, acabou se tornando um pesadelo para os envolvidos. A “rifa dos sonhos” foi divulgada nas redes sociais em Janaúba, no Norte de Minas.

Depois de tornar assunto muito comentado na cidade e um “sucesso de vendas”, a “rifa dos sonhos” virou um caso de polícia. Foi aberto um inquérito policial para investigar o caso. E o sorteio, que estava marcado para 12 de outubro, pelo resultado da Loteria Federal, foi suspenso. Duas pessoas já foram ouvidas pela policia e as investigações continuam em andamento.   

O inquérito foi instaurado pela delegada Gessiane Soares Cangussu, da Delegacia de Crimes contra a Mulher de Janaúba. Ela afirma que, se vierem a ser considerados culpados, os promotores da “rifa dos sonhos” poderão cumprir pena.  

A delegada explica que a prostituição por si só não é crime.”Mas, no meu entendimento, neste caso, pode ter ocorrido o crime de favorecimento à prostituição, previsto no artigo 230 do Código Penal Brasileiro, que trata do crime da pessoa tirar proveito da prostituição alheia”, afirma Gessiane.  Continue sempre bem informado.Assine o Estado de Minas

Ela lembra que a prática delituosa pode resultar em pena que vai de um a quatro anos de prisão e multa. “Precisamos entender que ninguém rifa pessoas. Pessoas não são mercadorias para serem rifadas”, afirma Gessiane Cangussu. “Além disso, a questão é que estavam rifando uma atividade sexual contra os bons costumes e a moral pública”, acrescentou. 

A delegada de Janaúba informou que ouviu o depoimento de uma mulher, que seria uma blogueira na cidade e fez a divulgação da “rifa dos sonhos” por meio de um vídeo na conta dela, no Instagram. Conforme Gessiane, a mulher negou envolvimento na realização do “sorteio”, alegando que apenas recebeu o pagamento pela divulgação da rifa: primeiro, R$ 300,00, e depois, mais R$ 200,00, “tendo em vista que a vendagem foi muito boa”.  

Conforme a policial, inicialmente, teriam sido lançados 500 bilhetes da “rifa dos sonhos”. Com o sucesso de vendas, teria sido lançado um “segundo lote”, com mais 200 cupons. Por intermédio do depoimento da mulher, a delegada Gessiane Cangussu identificou e ouviu também um homem que teria solicitado a divulgação da “rifa do sexo”. 

No entanto, ao prestar depoimento na delegacia, o suspeito negou ser o autor do sorteio. Conforme a delegada, ele declarou que o idealizador da “rifa dos sonhos” é um outro homem de Janaúba, mas alegou não ter a identificação e o endereço do referido morador, o que está sendo objeto de investigação por parte da polícia. 

sorteio do programa sexual foi idealizado com objetivo de “levantar renda para pessoas carentes da região”, mas sem fornecer maiores informações a respeito da questão.   

Ela informou  que teve conhecimento de que, após o cancelamento do sorteio, o idealizador estaria devolvendo o dinheiro do bilhete para os compradores. (em.com)

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