Sumiço de R$ 100 resulta em agressão e amputação de braço de ajudante de serralheiro

A Polícia Civil de São Carlos investiga a agressão contra o ajudante de serralheiro Israel Tiago Martins, 39, que permanece internado na Santa Casa desde a noite do dia 18 de janeiro, quando deu entrada alegando ter sofrido uma suposta queda de um cavalo. As lesões resultaram na amputação do braço direito.


Como pairavam dúvidas sobre os motivos dos ferimentos, tiveram início as apurações dos fatos. As primeiras informações obtidas pelos policiais é que o ajudante de serralheiro, que é descendente de índio, teria sido torturado sem que fosse feito um boletim de ocorrência.

No dia 12 de janeiro, os policiais começaram a elucidar a trama e descobriram que as lesões corporais envolviam um amigo e outros dois homens que estariam ligados ao crime organizado e teriam sido chamados para aplicar um “corretivo” no ajudante. A origem de tal agressão seria o desaparecimento de R$ 100.

NAS REDES SOCIAIS

As agressões contra o ajudante de serralheiro foi parar nas redes sociais e os internautas pediam ajuda para que a polícia fosse comunicada sobre a violência contra um índio em São Carlos.

Nos ‘posts’ haviam informações de que a vítima teria sido sequestrada no dia 24 de janeiro. Antes, sua oficina teria sido invadida por três homens encapuzados. Houve assalto e uma sessão de tortura. A vítima teria recebido marteladas na cabeça e seu braço direito prensado várias vezes contra a porta de um carro. Ocorreram mordeduras em sua face e posteriormente o homem foi abandonado em um buraco.

Paralelamente os policiais iniciaram as investigações e com a ajuda da família da vítima, foi identificado um rapaz 39 anos, amigo do ajudante e que pode estar envolvido na trama. Ele será intimado para depor.

O MOTIVO

Nos levantamentos da Polícia Civil o desaparecimento de R$ 100,00 teria sido o pivô de todo caso que teve início no final da tarde de 18 de janeiro. Israel que nasceu em Cáceres/MT mudou-se para São Carlos há 27 anos e teria convidado um amigo para tomar uma aperitivo em um bar, localizado na rua Coronel Leopoldo Prado, no Jardim Pacaembu.

Ambos seguiram para o estabelecimento no carro de Israel, um Uno.  No bar, o amigo de Israel, teria regressado ao veículo e alega que não teria encontrando R$ 100,00.

De volta ao bar passou a acusar Israel pelo sumiço do dinheiro. Ele negou e o amigo muito revoltado teria deixado o estabelecimento e seguiu para o interior do Jardim Gonzaga e com auxílio de dois comparsas de aproximadamente 30 anos seguiu novamente para o bar.

Israel negava o furto, porém o amigo e os dois homens o arrastaram e o colocaram no Fiat e o levaram com o próprio carro para o bairro Gonzaga, onde teriam a incumbência de dar-lhe um corretivo e voltaram a cobrar os R$ 100,00.

Como não obtiveram sucesso em reaver o dinheiro, os três acusados iniciaram a tortura. Seguraram o ajudante de serralheiro e um dos comparsas segurou seu braço direito, enquanto o outro, com violência, prensava a porta de encontro ao membro do corpo da vítima. Nenhum morador do bairro interferiu no espancamento.

Mesmo com hematomas e com ferimentos graves, o amigo teria ainda desferido dois socos no ajudante.

Posteriormente o trio colocou a vítima no carro e foram para a sua casa, no Romeu Tortorelli, onde ela foi revirada e nada de valor encontrado. O Uno foi roubado, bem como um máquina de solda elétrica.

Posteriormente seguiram para o CDHU onde abandonaram o carro, bem como a vítima, na região da linha férrea.

AMPUTAÇÃO

Com fortes dores no braço, Israel dirigiu o carro até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Prado onde recebeu os primeiros atendimentos e foi liberado, após ser medicado. Mais tarde as dores aumentaram e se dirigiu ao Serviço Médio de Urgência (SMU) da Santa Casa, onde questionado por enfermeiros e médicos disse que teria caído de um cavalo e que o animal ainda teria pisoteado em seu braço direito.

Após ser medicado, Israel ficou internado e passou por vários exames e tratamento do braço sofrendo duas cirurgias, as quais não resolveram e os médicos decidiram fazer a amputação.

Diante da gravidade, o ajudante de serralheiro revelou a verdade e o caso foi parar nas mãos do delegado seccional de São Carlos Rogério Fakhany Vita, que determinou que os policiais civis do 2º Distrito Policial assumissem o caso. Os envolvidos serão chamados para falar sobre o caso e devem ser indiciados pelo crime.

São Carlos Agora/Com informações do repórter Pedro Maciel

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