GERALSÃO CARLOS

Alunos em alfabetização estão há um mês sem aulas por falta de professores em escola municipal de São Carlos

Especialistas alertam que a falta de laços com o professor prejudica o aprendizado das crianças.

Alunos de escolas municipais de ensino fundamental de São Carlos (SP) estão ficando sem aula por falta de professores. Um dos casos mais graves é de uma sala de 1º ano da Emeb Carmine Botta, no Jardim Beatriz, que está sem aula desde 5 de abril, quando a professora se aposentou.

A Prefeitura de São Carlos admite o problema e, em nota, informou que um profissional deve começar a dar aulas na Emeb na segunda-feira.

Emeb Carmine Botta, em São Carlos, está sem aulas por falta de professores — Foto: Reprodução/EPTV

Segundo a administração municipal, além do professor da Emeb Carmine Botta, também faltam dois professores na Emeb Dalila Galli, no bairro Jockey Clube, que estão com pedido de contratação, e outros três professores – dois de matemática e um de artes – em outras escolas que não foram especificadas.

A falta desses profissionais tem causado diversas falhas no calendário escolar dos alunos. A doméstica Jeniffer de Souza diz que a filha, que começou a estudar no início do ano na Emeb Dalila Galli, só conheceu a professora substituta até agora e já teve várias aulas canceladas.

“Simplesmente eles ligam de noite e falam que não vai ter aula no outro dia e a gente tem que se virar”, afirmou.

A prefeitura alega que o que tem prejudicado as aulas é o grande número de faltas dos profissionais, mas não explicou por que isso acontece.

Escolas municipais de São Carlos ficam sem aulas por falta de professores — Foto: Prefeitura de São Carlos

Concursados esperam ser chamados

Por outro lado, São Carlos tem uma série de profissionais que passaram no concurso público da prefeitura e aguardam serem chamados.

“Até agora eu estou aguardando a efetivação, a gente acompanha e sabe que tem a demanda, tem as salas, a rede municipal de São Carlos está um caos pela falta de professores da educação infantil e fundamental. Tá precisando de professores e a prefeitura não contrata”, afirmou a professora Viviane Teodoro que 2019, passou num concurso para trabalhar com educação infantil.

De acordo com ela, no edital do concurso há uma cláusula que permite que o professor aprovado seja chamado, mesmo que temporariamente, em caso de necessidade.

A prefeitura alega que os profissionais aprovados no concurso estão sendo chamados de acordo com a demanda e que, quando há necessidade, eles também são convocados para cobrir licenças com período acima de 30 dias.

Prejuízo ao aprendizado

Segundo os especialistas, o primeiro ano do ensino fundamental é muito importante, é nessa época que a criança começa a ler, escrever, ter contato com a matemática e a ciência, e precisa da vida escolar para aprimorar o aprendizado.

“A escolarização é um processo dentro do contexto da escola. Na alfabetização esse processo fica muito mais evidente, a criança está iniciando um novo processp, ela precisa criar laços afetivos com a professora e os colegas. São esses laços que levam à aprendizagem. Sem laços afetivos, a aprendizagem não acontece”, afirmou a psicopedagoga Patrícia Thimote.

(G1)

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