IBATÉ CRIA CENTRO DE TRATAMENTO DE PÉ TORTO CONGENITO
A cidade de Ibaté, em parceria ao Rotary Club Internacional, deu o
primeiro passo para a criação de um centro de referencia em tratamento
de Pé Torto Congênito pelo Método de Ponseti.
Em um projeto iniciado em 2016, o Rotary ClubSudeste e Iowa nos EUA,
treinaram 50 médicos do Brasil durante dois anos, com o objetivo de
criação de clinicas especializadas no Método de Ponseti para atendimento
100% gratuito.
Serão ao todo 50 clinicas Rotary de tratamento de Pé torto Congênito por
todo o Brasil, e o Prefeito José Luiz Parrella, recebeu com grande
entusiasmo o projeto, aceitando que Ibaté faça parte do Programa
Erradicando o Pé Torto no Brasil. “O Dr. Ricardo esteve aqui em Ibaté,
conversando comigo e apresentou esse programa, o qual me chamou a
atenção e agora vamos buscar atender todas as solicitações para que seja
instalado aqui no Encanto do Planalto”.
O Prefeito destaca o baixo custo para a implantação do projeto e
importância na criação do centro. “Se observarmos a grandeza do projeto,
que trata o pé torto congênito, teremos um investimento baixíssimo, onde
precisamos apenas adequar o prédio para receber de maneira correta as
salas e equipamentos necessários”.
“Quando conseguirmos deixar tudo em ordem, as adequações necessárias
para ter a clinica, assim como os equipamentos, tenho certeza que nos
tornaremos referencia no tratamento do Pé Torto Congênito” finalizou Zé
Parrella.
Ortopedista Pediátrico, pela Sociedade Brasileira de Ortopedia
Pediátrica, o Dr. Ricardo Innecco de Castro, já realiza esse tratamento
no município. “A ideia de trazer para Ibaté veio após muitas conversas
com a Diretora de Saúde do Município Elaine, a qual sempre me deu apoio
para o tratamento das crianças” ressalta Dr. Ricardo.
A clinica quando instalada visa atender toda a Região Coração, através
do encaminhamento via CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviço
de Saúde), assim como via Clinicas de Referencia Rotary. “O objetivo
deste projeto é atendermos, quando todo estruturado, mais de 1500
crianças por anos em todas as clinicas, dando um atendimento adequado e
rápido aos portadores desta deformidade, que antes não tinham acesso ao
método de Ponseti” finaliza Dr. Ricardo.
PÉ TORTO CONGENITO – PTC
Também conhecido como pé equino cavo varo idiopático, devido a posição
do pé ao nascimento e não ter uma causa concreta, o PTC é a deformidade
congênita mais comum nos pés das crianças. Acomete cerca de 1 a cada 756
nascidos e acredita-se que no Brasil nasçam cerca de 4000 crianças com
PTC todos os anos.
O motivo do desenvolvimento anormal do pé é um desbalanço muscular de
toda a perna do feto, que faz com que as estruturas da parte interna
tenham um crescimento mais lento do que os músculos externos. Existe o
fator genético, ainda não identificado, o que faz com que, parentes de
primeiro grau apresentem uma possibilidade 10 vezes maior de possuírem o
PTC.
O Pé Torto, pode ser diagnosticado na gestação, durante os exames de
pré-natal. O posicionamento para baixo e para dentro dos pés assusta aos
familiares ao nascimento, e em geral, devido à falta de conhecimento e
informações buscam tratamentos alternativos ou simplesmente não buscam
nenhum.
Tratamento anteriores, muito ainda utilizado em alguns centros,
consistem em correções forçadas com gessos, que praticamente deformam os
pés das crianças, seguida de vários procedimentos cirúrgicos extensos,
que embora na maioria alcançam pés plantígrados estes muitas vezes eram
rígidos e dolorosos.
Desta forma, uma criança portadora de Pé Torto, quando conseguia um
tratamento médico, era em média, submetida a 3 procedimentos cirúrgicos,
gerando custos elevados a família e ao sistema de saúde, seja ele
público ou privado.
Crianças não tratadas evoluem com deformidades graves dos pés, sendo
muitas vezes estigmatizados na sociedade, excluídos dos estudos, mais
uma vez onerando a saúde pública e quando adultos, muitos não se inserem
no mercado de trabalho, vivendo muitas vezes as custas do governo.
O METODO DE PONSETI
Professor Ignacio Ponseti, médico espanhol, professor benemérito da
Universidade de Iowa, desenvolveu o método de correção com manipulações
gessadas na década de 60. Seus primeiros relatos mostravam resultados
promissores precocemente, entretanto com alto índice de recidivas, o que
levou a comunidade ortopédica ao ceticismo quanto a validade do método.
Estudos posteriores e reconhecimento da necessidade de complementação do
tratamento com uso das órteses por tempo bem determinado, mostraram que
a técnica alcançava resultados próximos a 90% de ótimos resultados, com
baixo custo e pés moveis e indolores, após series de 6 a 8 gessos,
semanais, seguidos em 80% dos casos, de um pequeno procedimento
cirúrgico que pode eventualmente ser realizado ambulatorialmente.
Sendo assim, a partir do início dos anos 2000 o método se consolida como
o ideal para tratamento da patologia do PTC em todo mundo, de fácil
reprodução e realizável, com treinamento adequado, em qualquer parte do
mundo.