Craniotomia: o que é a cirurgia de emergência realizada em Lula
Médico neurocirurgião explica que o procedimento é um dos mais comuns entre as neurocirurgias e consiste em recortar parte do osso do crânio
O presidente Lula sentiu dores de cabeça na noite de segunda-feira (9) e após uma ressonância magnética no Hospital Sírio Libanês em Brasília, ele foi levado às pressas para realizar uma craniotomia, em São Paulo, na madrugada desta terça-feira (10).
Segundo o médico neurocirurgião José Luiz Romeo, o procedimento é um dos mais comuns no campo das neurocirurgias e consiste na retirada de parte do crânio para que o médico consiga ter uma visão melhor do cérebro do paciente.
Quando é necessária a craniotomia?
A cirurgia é uma forma de intervenção para resolver vários tipos de problemas cerebrais, como aliviar pressão intracerebral, drenar abcessos, tratar aneurismas cerebrais, epilepsia, hidrocefalia, entre outros.
No caso de Lula, a craniotomia foi necessária para drenar uma hemorragia intracraniana de um hematoma na cabeça que o presidente teve após sofrer um acidente doméstico em outubro.
Em todos os casos, é importante que o paciente tenha passado por uma avaliação completa previamente.
Como é realizada a craniotomia?
Como explicou o neurocirurgião Romeo, a cirurgia consiste em recortar e retirar parte do osso do crânio, conhecida também como retalho ósseo, para que seja possível realizar o procedimento cirúrgico no interior da cabeça.
O paciente precisa estar sob efeitos da anestesia geral e depois, a equipe médica faz incisões em determinadas regiões do crânio para acessar o cérebro.
Após as intervenções necessárias serem realizadas, a parte retirada é colocada de volta em seu lugar de origem.
“Equipamentos tecnológicos, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, devem ser utilizados para que o cirurgião saiba com mais precisão acessar o local”, apontou Romeo.
Quais os riscos da craniotomia?
Assim como qualquer outro procedimento cirúrgico, a craniotomia possui riscos, destacou o médico.
Entre eles as complicações, estão infecções, sangramentos, coágulos, convulsões e muitas outras. Por isso, é fundamental que a equipe médica seja especializada e o paciente cumpra à risca todas as etapas para ter uma plena recuperação.
No pós operatório, o paciente deve passar por exames que testam suas funções cerebrais e verificar sequelas. Manter o curativo intacto, seguir as recomendações quanto a medicação e continuar com o acompanhamento do profissional de neurologia são fatores fundamentais para uma boa recuperação.
A cirurgia e acidente domiciliar de Lula
O presidente deu entrada no Hospital Sírio-Libanês em Brasília na noite de 19 de outubro, após sofrer uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada.
O acidente doméstico resultou em um ferimento na cabeça, que exigiu três pontos de sutura. Na ocasião, precisou cancelar uma viagem marcada para Kazan, na Rússia, onde participaria da 16ª Cúpula do BRICS.
Na noite de segunda-feira (9), Lula teve dores de cabeça e realizou uma ressonância magnética que apontou a necessidade de uma cirurgia de emergência.
O procedimento foi realizado madrugada desta terça-feira (10), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
A cirurgia ocorreu “sem intercorrências”, conforme boletim médico divulgado às 3h20. Ainda segundo o boletim, o presidente da República “encontra-se bem, sob monitorização em leito de UTI”.
Uma coletiva de imprensa está marcada para as 9h desta terça, quando serão divulgados novos detalhes do estado de saúde do presidente.
Aos 78 anos, Lula já enfrentou diversos procedimentos médicos ao longo dos anos, incluindo o tratamento de um câncer na garganta em 2012. As informações são do NdMais.
Foto: Reprodução/ND