Adolescente de 13 anos morre por síndrome causada pela Covid-19 em Campinas
Ana Clara Macedo dos Santos, 13 anos, deu entrada em hospital municipal com dores semelhantes a cólicas na semana passada
O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas (SP) confirmou na última quarta-feira (3), que uma adolescente de 13 anos morreu por Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica pós Covid-19. Trata-se do primeiro óbito por essa enfermidade na cidade.
O atestado de óbito da jovem, chamada Ana Clara Macedo dos Santos, indica que ela era obesa, condição considerada comorbidade, segundo a prefeitura. A Família informou que a menina era saudável e praticava atividades físicas regulares como balé.
A garota era estudante do 8° ano da escola estadual Escritora Rachel de Queiroz, que fica no Jardim Yeda. No dia 25 de fevereiro, o colégio manifestou pesar pela morte e anunciou que ficaria fechado até o dia seguinte, em luto.
A doença, considerada rara, pode se desenvolver em pessoas de 0 a 19 anos que tiveram Covid-19 previamente e que já estão curadas.
Paulo César Santos, de 50 anos, afirma que família contraiu Covid-19 entre dezembro e janeiro, mas que a filha caçula, vítima da síndrome, não chegou a fazer o teste na época. O óbito foi em 24 de fevereiro após falência de órgãos.
O infectologista pediátrico e coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Marcelo Otsuka, explicou que a maioria das crianças não desenvolve sintomas ao ser infectada com o vírus. Se desenvolve, acaba sendo a forma mais leve da doença.
Caso em Campinas foi investigado
Segundo a prefeitura, a investigação da morte foi concluída nesta quarta-feira. Até então, havia a suspeita que a jovem tinha tido novo coronavírus, mas sem confirmação. Na sexta-feira (26), o Devisa chegou a informar que um primeiro exame RT-PCR da vítima teve resultado negativo, mas o caso seguia em apuração.
Ainda segundo o departamento, o diagnóstico tem como base a presença de “sintomas clínicos inespecíficos que devem ser avaliados dentro do contexto epidemiológico e excluída outras causas”.
“A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica pós Covid-19 caracteriza-se por inflamações da parede dos vasos sanguíneos de órgãos como rins, articulações, sistema nervoso central e vias respiratórias”, informou o Devisa.
Com informações do G1