Campanha em Leme pede que população não dê esmolas e tem suporte aos moradores de rua
O número de moradores em situação de rua cadastrados pela prefeitura chega a 140, aumento de 900% em relação a 2018. Centro Pop dá assistência e encaminha para tratamentos.
Uma campanha lançada em Leme (SP) orienta a população a não dar esmolas para moradores em situação de rua. Em contrapartida, instituições municipais estão reforçando as ações de assistência social, saúde e reinserção desses moradores no mercado de trabalho.
O número de moradores em situação de rua cadastrados pela prefeitura chega a 140, aumento de 900% em relação ao registrado em 2018, quando eram 14 pessoas nessas condições.
Márcia Matias conheceu a vida nas ruas, pela primeira vez, quando perdeu o filho assim que se mudou para Leme. Ela tentou sair, mas nunca conseguiu.
“Morava em Araras e vim morar com meu marido. Aconteceu de eu perder meu filho e cai na situação de rua. Fiquei 1 ano e pouco presa e quando sai soube que ele [marido] faleceu. Me derrubou mais ainda. [É difícil sair da situação de rua] porque não estou trabalhando, não tenho condições de pagar aluguel”, afirmou.

O número de moradores em situação de rua é 900% maior do que era registrado em 2018, quando eram 14 pessoas nessas condições.
Sem esmola
A ajuda financeira dada a eles, a chamada esmola, pode ter influenciado diretamente no aumento desses dados.
Embora seja uma caridade, nem sempre o dinheiro é destinado para ajudá-los e pode ser usado para comprar drogas e álcool.

Para ajudar pessoas em situação de rua foi criado o Centro Pop, que tem capacidade para atender cerca de 35 moradores. O local oferece diversos serviços e também alimentação.
Criado em 2018, o centro é mantido pela prefeitura e também ajuda a encaminhar as pessoas para tratamento psicológico e de dependência química.
“Nós temos acolhidas, pernpites, atividades laborais, alfabetização, capacitação para o mercado de trabalho, além de toda instrução com psicólogo e assintente social”, disse o coordenador do Centro Pop, Luciano Driel Girotto.

Com esse suporte, a equipe tem como objetivo eliminar a necessidade do pedido de dinheiro nas ruas. Para conscientizar a população, placas serão espalhadas pela cidade. A campanha é uma forma de tentar dar um futuro para essas pessoas.
“Penso em construir minha vida. Tenho tudo pela frente e tenho que seguir, ficar nessa vida não dá”, disse o morador de rua Fabiano Rocha Júnior, um dos acolhidos no Centro Pop.
(G1)



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