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Grávida cai de leito e morre com traumatismo craniano em maternidade

Segundo o hospital municipal, Raquel Pedro da Silva, de 30 anos, passou por cesariana e faleceu logo após cirurgia. Bebê foi transferida para UTI neonatal.

Uma mulher grávida morreu após sofrer traumatismo craniano ao cair dentro da maternidade onde estava internada, no Recife. Segundo a unidade de saúde municipal, ela estava com 41 semanas de gestação e passou por uma cesariana. A bebê sobreviveu, mas foi intubada e transferida para uma UTI neonatal.

O caso aconteceu na madrugada desta quarta (10), na Maternidade Barros Lima, no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte da cidade.

De acordo com o hospital, Raquel Pedro da Silva, de 30 anos, estava internada no local desde segunda-feira (8), sendo acompanhada pelo marido. A queda ocorreu por volta das 3h.

Em entrevista à TV Globo, o companheiro da paciente, Breno Pereira, disse que a gestante estava sentindo muitas dores e caiu enquanto ele chamava a equipe médica para socorrê-la (veja vídeo acima).

“Ela falou: ‘Amor, vai lá chamar o médico’. Fui agoniado. Quando voltei, ela já estava no chão, caída da maca. Tinha ela e mais duas mulheres que estavam descansando lá. A testa e o nariz ficaram sangrando. Até tirei minha camisa e limpei ela”, disse Breno, lembrando que o leito em que Raquel estava não tinha nenhuma proteção lateral.

Ainda de acordo com Breno, ao chegar à unidade, na segunda (8), Raquel recebeu uma medicação para induzir o parto. Esse foi o sexto parto de Raquel.

“Ela não conseguiu. Fazia muita força e só saía sangue e líquido. E sentindo muita dor. A bolsa já tinha estourado, estourou até no meu pé. Aí, ontem, aconteceu essa tragédia. Acho que ela estava com muita dor e tentou se virar, mas, como não tinha onde se escorar, caiu”, contou o marido.

g1 teve acesso a fotos da gestante tiradas antes do acidente. As imagens mostram a mulher no leito do hospital com a bata usada por pacientes em internamento. Porém, ela não usava pulseiras de identificação, ou de risco de queda.

Raquel Pedro da Silva, de 30 anos, morreu após levar uma queda em maternidade no Recife — Foto: Reprodução/WhatsApp

Grávida morreu no bloco cirúrgico

Após a queda, a grávida foi levada ao bloco cirúrgico, onde passou por uma cesariana de emergência. Segundo a maternidade, Raquel faleceu logo após o procedimento, por volta das 5h. A equipe médica tentou reanimar a paciente por 35 minutos, mas não conseguiu.

Ainda de acordo com o hospital, por causa do desfalecimento da mãe, a bebê teve falta de oxigênio e foi intubada. A recém-nascida foi transferida para a UTI neonatal do Hospital Memorial Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.

A Secretaria de Saúde do Recife informou ainda que:

⏩ o Serviço Social da unidade esteve em contato com os parentes de Raquel desde o início, “prestando assistência e esclarecimentos necessários”;

⏩ a paciente deu entrada na maternidade sem estar em trabalho de parto;

⏩ após ultrassom feito na paciente atestar boas condições clínicas da bebê, foi iniciada a indução ao trabalho de parto;

⏩ o procedimento obstétrico seria o parto normal, por ser menos invasivo e proporcionar melhores condições de recuperação para a paciente, considerando o histórico de cinco partos normais feitos por Raquel anteriormente;

⏩ o incidente alterou a assistência médica prevista até então;

⏩ se solidariza com familiares e amigos da paciente, mas “reforça que toda a assistência médica possível foi prestada à gestante e seu bebê”.

g1 questionou a secretaria sobre a falta de proteção lateral no leito usado pela paciente e a falta das pulseiras de identificação no braço dela.

Em resposta, a instituição disse que:

⏩ o caso será investigado pela Delegacia de Casa Amarela;

⏩ o leito no qual estava a paciente contava com proteção proteção lateral para prevenir acidentes;

⏩ caberá ao inquérito policial definir com maior exatidão as circunstâncias da queda, “uma vez que a equipe de enfermagem foi acionada após o fato”;

⏩ “o passeio, ou deambulação, é livre durante a indução e trabalho de parto, inclusive sendo recomendado o ato de caminhar e se exercitar e, por isso, não havia necessidade de locomoção com apoio de cadeira de rodas”;

⏩ na segunda (8), dia em que Raquel deu entrada na maternidade, ela não estava tendo contrações;

⏩ “levando em conta a ausência de trabalho de parto, a idade gestacional avançada, a boa vitalidade materna e fetal, observados nos exames, foi realizado internamento para indução do trabalho de parto e tudo caminhava para um parto normal”;

⏩ com a queda, a ocorrência do trauma gerou a necessidade de fazer a cesariana de urgência;

⏩ “o prontuário da paciente e as demais informações referentes ao seu período de internamento subsidiarão o inquérito policial”;

⏩ a maternidade dispõe de macas e cadeiras de rodas, entre outros materiais que possam possibilitar assistência e segurança adequada;

⏩ a paciente era jovem, sem comorbidades, com livre deambulação e sem indicação, no momento, do uso de pulseira com risco de queda.

A reportagem também procurou o Hospital Memorial Guararapes, mas, até a publicação da matéria, não obteve retorno.

O g1 entrou em contato ainda com a Polícia Civil. A corporação disse que a Delegacia de Casa Amarela registrou o caso, na noite desta quarta (10), como “morte a esclarecer” e que a investigação segue em andamento até a elucidação dos fatos.

Conselheiro tutelar diz que vai prestar apoio ao pai da criança

Ao g1, o conselheiro tutelar Adriano Nascimento disse que vai prestar “todo o apoio” ao pai da bebê, Breno Pereira.

“Pode ser dada uma ajuda de cesta básica emergencial, fornecida pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). Também vamos pedir o apoio do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) na questão da vulnerabilidade. Se houver necessidade de uma colocação numa creche, a gente vai buscar essa vaga”, disse. As informações são do G1.

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