Apesar do anúncio de que o preço dos combustíveis será reduzido a partir de hoje (23) em todo Brasil, continua pelo terceiro dia consecutivo a série de greves e protestos de caminhoneiros por 24 estados do país. Os caminhoneiros criticam a volatilidade dos preços, já que foram registrados 11 aumentos em 17 dias.
O litro da gasolina comum chegou a ser vendido a R$ 5,26 na semana do dia 19 de maio, segundo a Agência Nacional do Petróleo, sendo o maior valor já registrado pelo órgão em toda a história. O preço médio nos postos de gasolina, de R$ 4,28, também é o mais alto de toda a era do Plano Real. A categoria pede mudança na política de reajuste dos preços dos combustíveis (medida que o governo rejeita), e a redução da carga tributária para o diesel (já em negociação).
O governo brasileiro, após várias reuniões com a Petrobras, decidiu eliminar um imposto para baratear o preço final do diesel. O Executivo do presidente Michel Temer se comprometeu a retirar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Mas, como irá arrecadar menos com a medida (as perdas são estimadas em R$ 2,5 bilhões), pediu para o Congresso aprovar um projeto de lei de reoneração da folha de pagamento, com o qual embolsaria R$ 3 bilhões. Uma reunião ainda hoje deverá debater a manobra com a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. Consequências – Em várias cidades do Brasil, já são registrados problemas devido à crise, tanto pela alta dos preços quanto pela greve dos caminheiros. A paralisação provocou desabastecimento em alguns setores, como o de carnes, automotivo e até de combustíveis – pois não há forma de transportar o diesel e a gasolina até os postos. Várias toneladas de carne também estão paradas em galpões e não conseguem ser transportadas até os pontos de distribuição e exportação. O Brasil é um país rodoviário, sendo que a maioria dos transportes de mercadoria e pessoas é feito por estradas.