Justiça proíbe Cobasi de vender animais em lojas de shoppings de todo o país
A Justiça do Rio Grande do Sul deu parecer favorável a uma ação movida pelo Instituto AmePatas e pelo deputado federal Célio Studart (CE), integrante da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais da Câmara dos Deputados, e proibiu a venda de animais pela Cobasi em lojas de shopping centers de todo o país.
A Cobasi foi envolvida num escândalo durante as enchentes que devastaram o estado gaúcho. Pelo menos 170 animais morreram em lojas do grupo, inundadas em Porto Alegre. Os bichos foram deixados para trás pelos funcionários. O caso foi investigado pela Polícia Civil e a Delegacia do Meio Ambiente do Departamento Estadual de Investigações Criminais.
Durante a apuração, funcionários da Cobasi situada dentro do shopping admitiram que tiveram tempo de salvar os equipamentos eletrônicos do local. Entretanto, em nota, a empresa afirma que é inverídica a informação de que computadores foram salvos “em detrimento de vidas”. Ela diz que a loja precisou ser evacuada de forma emergencial no dia 3 de maio, por ordem das autoridades, e não se sabia que o retorno poderia demorar tanto tempo.
Animais como peixes, roedores e aves ficaram vários dias dentro das lojas, sem comida e água. A maioria deles morreu afogada.
Em junho, a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul ajuizou uma ação pedindo uma indenização de R$ 50 milhões à Cobasi por causa da morte dos animais. A empresa está sendo cobrada por “danos ambientais, à saúde pública, psicológicos à coletividade atingida”.
Agora, a decisão assinada pela juíza de direito Patricia Antunes Laydner, que proíbe a comercialização de animais em lojas de shopping, estabelece uma multa diária de R$ 1 mil caso a empresa descumpra a medida.
Ainda segundo o parecer da magistrada, a Cobasi tem cinco dias para remover todos os animais de suas lojas situadas em shoppings de todo o Brasil. Contudo, a venda continuará sendo permitida em estabelecimentos de rua.
“Foram cerca 170 vidas perdidas por irresponsabilidade da Cobasi, que foi avisada com antecedência do risco de inundação, mas preferiu salvar eletrônicos aos animais”, escreveu Studart em suas redes sociais. “Animal não é coisa, animal não é mercadoria! São vidas e merecem ser tratadas com respeito! Vamos seguir pressionando para que, não só a Cobasi, mas também todas as outras lojas parem de vender animais!”
Até o momento a Cobasi ainda não se pronunciou sobre a decisão da justiça gaúcha. As informações são do Conexão Planeta.
Foto de abertura: reprodução site Cobasi