Mãe que confessou ter matado as filhas tem transtorno psicótico e não é capaz de entender que seus atos eram errados, diz laudo
Durante o exame, mulher disse que ouvia vozes. Documentou apontou ainda que ela precisa de internação psiquiátrica.
A mãe que confessou ter matado as duas filhas afogadas e a facadas em Edéia, no sul de Goiás, tem transtorno psicótico e não era capaz de entender que seus atos eram errados, segundo o exame de insanidade mental feito pela Justiça. Izadora Alves de Faria, de 30 anos, disse, durante a perícia, que ouvia vozes.
As meninas Maria Alice Alves de Souza Barbosa, de 6 anos, e Lavínia Souza Barbosa, de 10 anos, foram encontradas mortas pelo pai, no dia 27 de setembro. Ao ser presa horas depois do crime, a mãe confessou à Polícia Civil que envenenou, afogou e depois deu facadas nas filhas. Em seguida, ela fugiu de casa. Izadora foi encontrada em um matagal, onde tentava se matar.
O laudo foi feito no último dia 9. Durante o exame, a mulher contou que foi abusada sexualmente na infância, que era humilhada pelo marido e que vozes a diziam que o companheiro abusava sexualmente das filhas.
“Relata que estava ouvindo vozes falando que o marido estava querendo abusar da sua filha, abria o Facebook e via vídeos de pedofilia, o que para ela era aviso. Diz que queria morrer e pensou nas filhas, então pensou em leva-las junto com ela”, diz o laudo.
O documento do Tribunal de Justiça aponta que Izadora estava orientada globalmente, mas apresentava “delírios”, “fuga de ideias” e “capacidade de entendimento/juízo crítico abolida”. Foi pontuado ainda que ela tem “capacidade inadequada de estabelecer vínculos afetivos e interagir”.
Por fim, o laudo conclui:
“A pericianda Izadora Alves de Faria era, ao tempo do fato, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento”.
Diante desses aspectos, a junta médica diz que a mulher precisa de internação psiquiátrica.

Intenção antiga
Em depoimento à Polícia Civil, Izadora Alves contou que há algum tempo já tinha intenção de matar as filhas. De acordo com o delegado Daniel Moura, a mulher tentou comprar uma arma de fogo para cometer o crime.
“Com a arma de fogo, segundo ela, ela cometeria os homicídios e tiraria a própria vida de forma mais rápida. Facilitaria [o crime], nesse sentido”, relatou Daniel. As informações são do G1.