“Não poderia deixá-lo para trás”, diz mulher que resgatou cãozinho de alagamento em Minas
“Eu não poderia deixar ele para trás, é meu companheiro. Tenho muito amor por ele, ele faz parte da família, onde eu vou ele vai atrás”. Assim resume Camila Marques após resgatar seu cãozinho de um alagamento em Governador Valadares (MG).
Fortes chuvas tomaram a região no início deste mês, causando enchentes e alagamentos severos.
Em meio à agua sem fim, o fotógrafo Juninho Nogueira conseguiu registrar o momento em que Camila salvou o cachorro, batizado de “Fumo”. A imagem gerou comoção nacional e viralizou nas redes sociais.
“Eu vinha acompanhando as enchentes e no dia desta foto me despertou para ir para essa comunidade no bairro (São Tarcísio). Eu vi várias pessoas retirando seus móveis. Foi quando essa moça me chamou a atenção porque ela já tinha entrado e saído uma vez da casa, mas ela retornou, andando por uns 50 metros com a água nesta altura da foto, e voltou para a residência e depois veio com o cachorro no colo, com celular na boca e documento na sacola. Nessa hora ali eu vi que tinha esperança, ela voltou para pegar seu pet. Então eu parei por um instante e captei a foto”, disse Juninho ao portal “O Tempo”.
Camila precisou atravessar um alagamento que chegava à altura do seu peito para fazer o resgate de fumo. Ela ainda conseguiu salvar seus documentos pessoais mais importantes e o celular, levado na boca para manter o cãozinho nas mãos.
Não demorou muito para a fotografia viralizar na cidade e alcançar os noticiários e redes sociais.
“Eu não esperava que ela tivesse esse alcance todo e fiquei surpreso. Recebi muitos elogios e também recebi críticas de gente que disse que eu preferi fazer a foto que socorrer a moça, mas analisando o contexto do bairro e ela já tinha transitado ali, então eu sabia que ela estava segura. Claro que se eu percebesse algum risco, eu entraria na água e a socorreria, mas a gente precisa documentar e mostrar a realidade das pessoas”, destacou o fotógrafo.
Camila tem 32 anos e trabalha como técnica de enfermagem. Para ela, seria inadmissível deixar seu fiel companheiro para trás.
O cãozinho Fumo está com a família dela há cerca de três anos. Durante o resgate, ela afirma não ter sentido medo de voltar para casa para pegar o companheiro.
“Eu sempre morei ali e sempre enfrentamos essas enchentes. Eu já me acostumei com a questão das águas. Mesmo que eu corri perigo, porque tem lixo no caminho e tem perigo de cair em buraco, mas eu precisava ir lá pegar ele”, lembrou.
Fonte: Antena Love
Foto: Juninho Nogueira / Divulgação