BRASILGERAL

“Nunca vi tanta gente com Covid”, diz prefeito do Rio sobre avanço da variante delta

Eduardo Paes afirmou que não descarta medidas mais restritivas caso a situação se agrave. Ele destacou que, apesar do aumento nos casos, a cidade conta com uma queda no agravamento dos casos e no número de óbitos.

O prefeito Eduardo Paes afirmou, na manhã desta sexta-feira (20), que os dados da Covid no Rio de Janeiro são “preocupantes” com o avanço da variante delta. Durante a divulgação do 33º Boletim Epidemiológico do Rio, todas as regiões da cidade seguem classificadas como sendo de risco alto para a doença.

Paes afirmou que os moradores do Rio vivem o pico da doença no ano e que, apesar do otimismo com a vacinação da população, não descarta medidas mais restritivas em caso de agravamento.

“Estamos, neste momento, com um pico de casos de covid na cidade do Rio de Janeiro em todo o ano de 2021. Traduzindo aqui, nunca antes, no ano de 2021, nós não tivemos tantas pessoas com Covid na cidade do Rio de Janeiro como neste momento agora. Este é um dado relevante e todos nós que vivemos aqui percebemos isso. Pessoas próximas, familiares, amigos. Eu, pessoalmente, nunca vi tanta gente com Covid no meu entorno como eu estou vendo neste momento”, afirmou o prefeito.

Segundo o secretário de Saúde, Daniel Soranz, a cidade só possui doses para a aplicação em primeira dose neste sexta.

“Se não recebermos as doses de vacina previstas para chegar até o dia de hoje, amanhã a gente só vai ter a aplicação da segunda dose”, afirmou o secretário.

Ele lembrou que a delta representa já, pelo menos, a metade dos casos de Covid no Rio. Paes destacou que, apesar do aumento nos casos, a cidade conta com uma queda no agravamento dos casos e no número de óbitos.

“A gente tem visto no mundo, no caso da variante delta, que nem sempre o número de casos tem representado, no caso da variante delta, um aumento no número de óbitos. Temos que trabalhar, fazer o trabalho terapêutico, ter os leitos a disposição. Mas a gente tem que torcer para ter esse número de óbitos e agravamento não se verifique”, disse Paes.

O prefeito ressaltou que a vacinação da população deve estar colaborando para que muitos casos não tenham se agravado. Ele afirmou que está acompanhando mais de perto a evolução nos números da doença na cidade.

“Não podemos permitir que esses casos, que são o maior número de casos desde o início deste ano, se agravem e terminem em óbito. A gente precisa da colaboração da população, entendendo que, neste período de inverno, temos tradicionalmente uma maior transmissão da doença”, afirmou o prefeito.

Eduardo Paes afirmou que, caso os números de agravamento e mortes aumentem, ele pode decidir pelo aumento das restrições na cidade.

“Vamos monitorar isso com muita calma, muita tranquilidade, e havendo aumento de agravamentos, podemos voltar a tomar medidas mais restritivas”, disse o prefeito.

Priorizar dose de reforço em idosos

O prefeito do Rio afirmou que vai consultar o Comitê Científico contra a Covid da cidade sobre priorizar a dose de reforço dos idosos já vacinados antes da antecipação da segunda dose dos mais jovens. A medida tem como objetivo aumentar a imunidade de quem está mais suscetível a um possível agravamento em caso de contaminação pela doença.

“Esta é a posição da prefeitura: nós preferimos fazer a terceira dose das pessoas mais velhas do que antecipar a segunda dose dos mais jovens. Esta vai ser a posição da prefeitura. Nós entendemos que, neste momento, com o aumento de casos da variante delta, é importante que a gente proteja as pessoas mais vulneráveis ao agravamento da doença e às vezes, infelizmente a óbito, fazendo a terceira dose da vacina”, afirmou Paes.

A aplicação da terceira dose nas pessoas mais velhas começaria em paralelo com a vacinação dos adolescentes, segundo Paes.

“Nós precisamos proteger quem mais precisa de proteção neste momento, este é o nosso entendimento”, disse o prefeito.

O prefeito agradeceu o apoio do Ministério da Saúde e do ministro Marcelo Queiroga mas pediu uma maior celeridade na entrega das doses para o Estado do Rio e, consequentemente, a capital fluminense.

“Aqui eu faço um apelo ao Ministério da Saúde, porque a gente viu isso ao longo do processo de imunização, que toda vez que tinha alguma crise em alguma cidade do Brasil, algum estado, havia uma entrega maior de imunizantes. E o Rio é o epicentro da variante delta no Brasil. E o meu apelo ao Ministério da Saúde é que entenda isso e que acelere a entrega das doses aqui”, afirmou.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

FbMessenger