GERALSÃO CARLOS

São Carlos lança centros de pesquisa para integrar dados públicos e monitorar saúde ambiental

A Prefeitura de São Carlos lançou nesta quinta-feira (23/10), no Paço Municipal, dois Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e instituições de ensino e pesquisa. Os projetos IntegraSanca e SHQV (Saúde Hidrossanitária e Qualidade de Vida) têm como foco a aplicação de ciência e tecnologia na gestão pública e no monitoramento ambiental.
O professor Emanuel Carrilho, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), coordenador do CCD-SHQV, afirmou que a iniciativa representa a consolidação da vocação científica e tecnológica do município. “São Carlos já recebeu diversas denominações ao longo dos anos, como capital da tecnologia e do conhecimento. Agora, com essa parceria, temos a oportunidade de transformar essas ideias em prática. É um trabalho que começa agora, mas que tem um longo caminho pela frente. São cinco anos de projeto, com possibilidade de prorrogação, dependendo dos resultados e da vontade política de dar continuidade”, disse.
A professora Kalinka Castelo Branco, vice-diretora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP) e coordenadora do IntegraSanca, destacou que o centro trará ganhos tanto para os servidores públicos quanto para os cidadãos. “Os funcionários da Prefeitura que lidam com sistemas e dados terão mais autonomia e segurança na tomada de decisões, pois saberão que estão trabalhando com informações confiáveis. Para o cidadão, haverá um ambiente digital integrado, onde os dados estarão organizados e acessíveis, facilitando o uso dos serviços públicos. É uma forma de devolver à sociedade o investimento feito na universidade, aplicando o conhecimento científico em benefício direto da população”, explicou.
O secretário adjunto de Cidade Inteligente, Cristiano Pedrino, afirmou que os centros representam uma mudança na forma como a gestão pública utiliza dados. “Com a integração das bases de dados e o uso de inteligência artificial, será possível antecipar demandas, otimizar recursos e melhorar a entrega de serviços. A proposta é transformar informações dispersas em ferramentas de planejamento e resposta rápida, com impacto direto na prestação de serviços e na qualidade das decisões administrativas”.

Ações preventivas – A gerente de operações de tratamento de água e esgoto do SAAE, Leila Patrizzi, destacou que o monitoramento hidrossanitário permitirá ações preventivas e maior controle sobre a qualidade da água e do esgoto. “A coleta e análise sistemática dos resíduos urbanos vai apoiar ações de saúde pública e orientar políticas com base em evidências. Isso representa uma nova forma de enxergar o território e agir com mais precisão”.
O presidente do SAAE, Derike Contri, reforçou que a participação da autarquia no projeto representa um avanço na gestão dos serviços públicos. “O SAAE fica muito feliz em poder participar dessa inovação, que não é só para São Carlos, mas pode servir de modelo para outras cidades. O gestor poderá utilizar os dados do esgoto para entender o que está acontecendo em termos de saúde pública e tomar decisões mais acertadas. É uma mudança importante na forma como se faz gestão”.
O presidente da Câmara Municipal, Lucão Fernandes, avaliou que a parceria entre universidades e poder público encurta o caminho entre as demandas da população e as soluções técnicas. “Essa parceria traz conhecimento e encurta uma trajetória que poderia ser longa para o prefeito, especialmente em relação às necessidades que o poder público precisa atender. Com o apoio das universidades e dos centros de pesquisa, esse caminho se torna mais curto, e quem ganha com isso é a população”.
O prefeito Netto Donato afirmou que os projetos marcam uma nova etapa na relação entre a Prefeitura e as instituições de pesquisa. “A comunidade sempre cobrou mais integração entre as universidades e a cidade. Hoje, temos um trabalho concreto sendo realizado em conjunto com USP, UFSCar, Embrapa, parques tecnológicos e a Fapesp. Um projeto voltado à saúde e outro à gestão pública, com impacto direto na vida dos cidadãos e na estrutura da administração municipal. Estamos plantando uma semente que vai florescer nos próximos anos. É uma parceria que também fortalece o SAAE para as próximas décadas”.
Os dois centros de pesquisa lançados em São Carlos – o IntegraSanca e o SHQV (Saúde Hidrossanitária e Qualidade de Vida) – fazem parte do 4º edital do programa Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) da Fapesp, que aprovou 33 novos projetos em todo o estado de São Paulo. Juntos, esses dois centros sediados no município receberão aproximadamente R$ 19,6 milhões em investimentos ao longo dos próximos cinco anos.
O IntegraSanca, voltado à modernização da gestão pública por meio da integração de dados e uso de inteligência artificial, contará com um orçamento de R$ 9,6 milhões. Já o SHQV, que tem como foco o monitoramento da saúde pública e do meio ambiente por meio da análise de esgoto, terá cerca de R$ 10 milhões destinados à sua execução. Com essa nova rodada de apoio, o programa da Fapesp passa a financiar 83 centros voltados à solução de problemas concretos da sociedade paulista, totalizando um investimento de R$ 256 milhões.
Também participaram da solenidade os vereadores Moisés Lazarine e Dé Alvim.

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