São Carlos registra crescimento nas exportações, mas produtos de alta tecnologia enfrentam queda
O Informativo Econômico da ACISC (Associação Comercial e Industrial de São Carlos) desta segunda-feira, 18 de agosto, traz uma análise detalhada sobre as exportações brasileiras e o desempenho da cidade de São Carlos no comércio exterior. Apesar de o Brasil ter registrado crescimento de 2,2% nas exportações de janeiro a agosto de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024, o resultado revela contrastes preocupantes, especialmente no setor de produtos de maior grau tecnológico.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, os avanços foram puxados pela Agropecuária (+13,1%), pela Indústria Extrativa (+17%) e pela Indústria de Transformação (+11,3%). Entre os destaques positivos estão o milho não moído (+27,8%), o mel natural (+129,5%), a soja (+20,8%), além dos expressivos crescimentos de minérios de níquel (+244,0%), alumínio (+194,4%) e ouro não monetário (+126,0%).
Entretanto, houve queda significativa em produtos de maior valor agregado, como aeronaves (-48,0%), plataformas de petróleo e estruturas flutuantes (-90,6%) e sucos de frutas ou vegetais (-50,8%). Essa redução acende um alerta para a indústria de transformação de maior intensidade tecnológica, que tem peso relevante na economia de cidades como São Carlos.
No cenário local, São Carlos apresentou um crescimento expressivo de 22% nas exportações entre janeiro e julho de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os principais parceiros comerciais da cidade continuam sendo México e Estados Unidos, responsáveis por 35% e 21% das exportações, respectivamente, neste período.
Segundo a ACISC, os efeitos das tarifas adicionais ainda não foram sentidos de forma concreta na produção local, mas devem se tornar mais evidentes a partir de setembro, com reflexos na balança comercial e no emprego.
A presidente da ACISC, Ivone Zanquim, ressaltou que “os números mostram que São Carlos segue com desempenho positivo nas exportações, mas precisamos estar atentos ao impacto das novas tarifas e à queda nas vendas de produtos de maior valor agregado, como aeronaves. Esses setores representam tecnologia, inovação e empregos qualificados, e qualquer retração pode trazer consequências para toda a cadeia produtiva local. A ACISC continuará acompanhando de perto esse cenário e apoiando as empresas associadas”, afirmou.
Já o economista do Núcleo Econômico da entidade, Elton Casagrande, avaliou que o crescimento das exportações brasileiras e locais foi puxado por produtos primários e de menor intensidade tecnológica, enquanto segmentos industriais mais sofisticados registraram quedas relevantes. “Isso nos preocupa porque São Carlos tem tradição e capacidade instalada em setores de alta tecnologia. Caso esse movimento se mantenha, pode haver reflexos na geração de empregos e na competitividade internacional da nossa indústria já nos próximos meses”, destacou.
A ACISC reforça a importância de acompanhamento constante dos indicadores econômicos e seguirá oferecendo análises para orientar empresários e a sociedade sobre os rumos da economia local e nacional.
Assessoria de Imprensa – ACISC São Carlos
