Sem espaço nos cemitérios, corpos de palestinos são armazenados em caminhões de sorvete em Gaza

Por Reuters

Medida foi tomada devido ao risco iminente ao transportar vítimas para os hospitais e a falta de espaço nos cemitérios locais, afirmam autoridades de saúde na Faixa de Gaza.

As autoridades de saúde na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, estão armazenando os corpos dos palestinos mortos pelos ataques aéreos israelitas em caminhões refrigerados de sorvete. A medida foi tomada devido ao risco eminente ao transportá-los para os hospitais e a falta de espaço nos cemitérios locais.

O conflito entre Israel e Palestina teve início após terroristas do grupo Hamas iniciarem um ataque sem precedentes contra o território israelense. Israel declarou guerra ao grupo terrorista, e bombardeios entre os dois lados continuam desde então.

“O necrotério do hospital só pode receber 10 corpos, por isso, trouxemos freezers das fábricas de sorvete para armazenar o grande número de mártires”, disse o Dr. Yasser Ali, do hospital Shuhada Al-Aqsa, em Deir Al-Balah.

Os caminhões refrigerados, cujas laterais ainda exibem imagens publicitárias de crianças sorridentes saboreando casquinhas de sorvete, normalmente são utilizados para fazer entregas em supermercados. Agora, são necrotérios improvisados ​​para vítimas da guerra devastadora entre o Hamas e o exército israelita.

Neste domingo (15), os militares israelenses disseram que ainda permitiriam que os habitantes de Gaza evacuarem para o sul antes de um esperado ataque terrestre em retaliação aos ataques de oito dias atrás por homens armados do Hamas, que mataram 1.300 pessoas em Israel.

Segundo as autoridades em Gaza, os ataques aéreos israelenses mataram mais de 2. 400 pessoas, sendo que 1/4 delas são crianças. Até o momento, o conflito soma 3,8 mil mortes.

Com quase 10 mil feridos, os hospitais da região estão com falta de suprimentos e lutando para lidar com o número crescente de feridos.

“Mesmo com estes congeladores, o número (de mortos) excede a capacidade deste necrotério principal do hospital, e dos alternativos, e entre 20 e 30 corpos também estão sendo mantidos em tendas”, disse Ali, ao abrir as portas dos caminhões para mostrar os corpos cobertos de lençóis brancos.

“A Faixa de Gaza está em crise e se a guerra continuar desta forma não conseguiremos enterrar os mortos. Os cemitérios já estão cheios e precisamos de novos para enterrar os mortos”, completou Ali.

Também na Cidade de Gaza as autoridades estavam a preparar valas comuns, disse o chefe do Gabinete de Comunicação Social do Governo, Salama Marouf.

“Diante do grande número de mártires dentro dos necrotérios do Hospital Al-Shifa, cujos familiares não chegaram para enterrá-los, começaram a aparecer sinais de mudança nos corpos”, disse ele.

“E à luz da chegada contínua de dezenas de mártires como resultado dos massacres da ocupação, uma vala comum foi preparada para enterrar aproximadamente 100 mártires no cemitério de emergência.”

“Diante do grande número de mártires dentro dos necrotérios do Hospital Al-Shifa, cujos familiares não chegaram para enterrá-los, começaram a aparecer sinais de mudança nos corpos”, disse ele.

“E à luz da chegada contínua de dezenas de mártires como resultado dos massacres da ocupação, uma vala comum foi preparada para enterrar aproximadamente 100 mártires no cemitério de emergência.”

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