Cemile Deniz, de 31 anos, trabalha na unidade de Serviços de Saúde Domiciliar do Hospital Estadual na cidade de Ordu, na Turquia. Como já havia recebido a custódia provisória da criança e aguardava apenas a confirmação do juiz para que a situação fosse oficializada, a mãe jamais imaginou que sua profissão pudesse ser usada como motivo para mantê-la longe da criança.
No entanto, segundo o The Mirror, seu ex-marido, Mehmet Atakan Deniz, alegou ao tribunal que o menino estava em risco de ser infectado pelo novo coronavírus por causa do emprego de enfermeira da mãe.
“A mãe da criança é enfermeira de ambulância e entra e sai constantemente da casa das pessoas, a criança corre sério risco devido à pandemia do coronavírus ”, disse o advogado de Deniz.
Foi então que o juiz responsável pelo caso concordou e concedeu a custódia temporária ao pai e declarou que mãe poderá ver o filho em fins de semana alternados até que uma nova audiência seja marcada.
“Todos nós tomamos precauções contra o coronavírus. O Ministério da Saúde me dá todo o meu equipamento. Antes de ir à casa do paciente, é verificado se quem mora naquela casa possui covid-19. O pai de Kuzey é policial do município de Altinordu. O trabalho dele corre um risco maior do que o meu”, desabafou a mãe consternada.
A União Feminina Turca se manifestou sobre o caso e declarou que a decisão servirá de mau exemplo para todos os profissionais de saúde que quiserem se divorciar.
“É muito errado separar a criança da mãe tirando proveito das dificuldades que os profissionais de saúde estão enfrentando agora. Isso vai dar um mau exemplo e todo profissional de saúde que quiser se divorciar terá que enfrentar isso. Isso também é preconceito contra as mulheres”, disse Ayse Akbulut Cubukcu, da União Feminina Turca.